quinta-feira, 3 de novembro de 2011

bioquímica da preguiça.

arraigada nos músculos, 
elimino-a, contorcendo o corpo em milhares de voltas
expulso-a, esticando o corpo em todas as posições
coroando o descanso do máximo esforço com um bocejo.

num corpo abandonado, realoja-se
como um fluido de consistência invisível
uma bactéria invadindo pelos poros as carnes fracas
instalando-se entre as fibras musculares e tendões.

respiro fundo
bocejando inevitavelmente
para oxigenar os neurônios e fazer circular o sangue

quem saberá bolar um cálculo de entropia que meça 
a quantidade de preguiça 
que se aloja em forma de energia
que não se pode converter em forma de trabalho aproveitável.

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